Intelectualidades no Chiado
Na Quarta-Feira fui até Lisboa, enquanto esperava pela donzela, passeei pelo Chiado e pelo Rossio, tinha pois, 3 horas pela frente. Como seria de esperar pus os pés na Fnac, desci as sedentárias escadas rolantes e lá estava eu em frente aos livros.
Peguei no A Cauda Longa de Chris Anderson procurei um lugar para me sentar e por uma segunda vez sentei-me perto de um sujeito estranho, que já tinha visto por ali anteriormente, a pessoa em questão tinha por doença ou tique de dar uma lambidela enquanto espetava o nariz no meio do livro como que para o cheirar, isto a cada 2 folhas que passava. Achei aquilo um bocadinho bizarro, mas habituei-me à ideia e comecei então a ler a regra dos 80/20, essa regra diz-nos que habitualmente 20% dos produtos são responsáveis por 80% da vendas, mas esse não é o conceito de Cauda Longa, é apenas um dado curioso, um dado que tem vindo a mudar agora que os hits já não são o que eram.
Lido o primeiro capitulo decido vir à rua apanhar ar, eis que passa por mim o senhor do Rio das Flores, Miguel Sousa Tavares, desço então até ao Rossio e sento-me no chão a ver o movimento daquela praça, de um lado uma multidão enorme de volta de um atropelamento, do outro peões,carros, conversas e muito barulho, o sol estava no ponto e por isso permaneci ali uma meia hora.
Volto ao Chiado e subo até perto do Fernando Pessoa, volto a descer e entro na Bertrand, sala 3, o senhor do Abrupto, Pacheco Pereira, ali estava ele a falar ao telemovel enquanto penso para mim, já respondias ao Amaral.
Aproximo-me de um colaborador da Bertrand e pergunto:
– Tem o livro, Entrevista a Einstein?
– Vou pesquisar, mas penso que sim…
– Eu aguardo.
– Sim, temos está na sala 1, letra C de Carrière.
Não era nada que eu já não tivesse calculado, mas ideia era ele ter-me ajudado, coisa para que não estava claramente disposto.
Viro costas e o senhor Abrupto encontra um conhecido:
– Então como está?
– Olhe quem ele é, então como tem passado?
– Tudo bem, Obrigado!
– Tem que me dar o seu nº de telemóvel!
– Deixe-me cá ver se o tenho para aqui…
– Sabe, tenho acompanhado a sua discussão com o Sousa Tavares.
– Ai sim? Mas alguém lhe arranjou isso?
– Não, não, tive acesso por Beltrano…
Penso para mim, olha se fores à Fnac ali em baixo, talvez ainda o apanhes por lá… compro o livro e ponho-me a caminho naquele que viria a ser um bom pedaço do fim da tarde, aquele com ela.
Publicado a 7 de Março de 2008, em: Pessoal, Portugal
Etiquetas: chiado, miguel sousa tavares, pacheco pereira, tarde
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Comentários: 3 comentários
Comentários
Comentário de Bruno Amaral Tiago
7 de Março de 2008, 12:28 ante meridiem
Lol, mais depressa ele volta a dirigir o jornal Público por um dia do que me dá um mínimo de atenção.
Comentário de Pedro Cavaco
7 de Março de 2008, 12:53 ante meridiem
José: Obrigado pelo comentário, realmente foi uma tarde muito “social”.
Bruno: O gajo está noutro nível, ando eu à procura de livros que estão na sala (nível) 1 e o gajo já vai na sala (nível) 3, são as pérolas…
7 de Março de 2008, 4:17 post meridiem
Bem Pedro, parabéns pela “crónica tardia do Chiado”.
Conseguiste descrever os teus passos fazendo a pessoa que te está a ler, e que conhece a zona, de estar como que lá… 8)
E isso é que foi encontrar personalidades! Desde o colaborador ao sujeito estranho,… Lisboa é mesmo uma cidade cosmopolita. hehe