Pedro Cavaco

Uma das coisas que admiro na Apple é facilidade com que vende a banha da cobra aos seus clientes. Mas a parte fantástica é a facilidade com que eles a aceitam.
Mac é Moda e até eu gostava de ter um Mac, essa tal coisa do Keynote é algo que foge ao senso da industria informática, primeiro porque nenhuma empresa mundial tem a capacidade de ano a ano fazer algo estrondosamente bom e suficientemente inovador, basta olharmos para o passado e ganhar um pouco de consciência do presente para percebemos que além de isso não existir, muito menos é possível.
A Apple é sim uma empresa inteligente que sabe jogar com necessidades e futilidades de uma maneira única. Nas necessidades a Apple conseguiu dar a volta ao conceito de redundância de forma brilhante, objectivamente, ela própria se tornou o antagonismo da moda, como a conhecemos.

Neste mundo moderno, todos queremos ser actuais mas não iguais ao nosso vizinho, temos essa preocupação desde que saimos de casa até voltarmos, é uma situação embaraçosa estarmos no trabalho ou em qualquer outro sitio com um colega ou pessoa que possui a mesma T-Shirt ou Top que nós temos vestido no momento.
Já com o mercados dos acessórios (Gadgets) a coisa não é tão linear, primeiro porque não existe tanta oferta como a de roupa e segundo porque apesar das muitas marcas fortes, poucas andam na boca do mundo.
É nessa altura que nós criaturas originais procuramos o mesmo, não porque seja melhor, não porque nos torne diferentes ou nos dê mais estilo, não porque tenha maior qualidade ou melhor suporte técnico, não porque seja uma maravilha, não porque seja inovador, não porque o preço seja acessível, mas somente porque é moda e o Buzz nos morde, é nessa altura que Apple nos compra.

A Apple prima, pelo visual pelos pormenores, por um conjunto de factores a que eu chamo o mimo, afinal todos precisamos dele não é? Claro que sim, o estranho é todos queremos o miminho da Apple, o miminho do Steve Jobs.
O Mac Book Air é uma verdadeira porcaria, no entanto uns insistem em dizer que é um computador antes do seu tempo, a julgar pelos 80 gigas de disco deve ser isso. O computador portátil mais fino do mundo arrisca-se a ganhar outros atributos por inerência, o de fútil é certo, o de FLOP já dependerá mais de certos atributos humanos.

As futilidades da Apple começam a tornar-se marca, talvez não tanto porque a empresa o deseje, mas sim porque as pessoas anseiam por elas, a Apple vende o posicionamento da sua marca e não realmente os seus produtos, enquanto a resposta do mercado for esta, enquanto milhares gritarem desalmadamente sem motivo aparente, também não existe motivo para que mude.

Existem 3 dias em que a Internet é uma seca, o antes o durante e o depois da Keynote, é que não é chato, é saturante e tudo tão saloio.