Geração Xenófila
Portugal é um país xenófilo com uma crise de identidade avassaladora, a julgar pela passividade geral a que se assiste, este parece ser um problema cada vez mais dos outros, os outros pensarão que é nosso e sendo de todos nunca é de ninguém.
Somos tão idiotas e tão espertos como o resto do mundo, mas vivemos no erro ou na expectativa de que cabe aos outros a palavra sábia ou moderada, do costume, é a geração espectador.
Tudo é mau neste país, a marcha dos Velhos do Restelo no auge, com cumplicidade geral da mais pura parvoíce, os jovens passaram da geração rasca à geração polegar, os adultos de razoáveis a preguiçosos e os velhos de oprimidos forçados a oprimidos livres.
Aqui tudo é provinciano, horripilante e atrasado… diz-se por aì que quando duas pessoas têm uma mesma ideia ou vontade, nasce uma era, imagine-se pois quando milhares delas deixam de as ter.
A liberdade é apenas uma parte da história e metade da verdade, está mesmo na altura de crescermos um bocadinho, a começar por mim.
Publicado a 1 de Novembro de 2007, em: Portugal
Etiquetas: estado, parvoíce, Portugal, xenofilia, zé povinho
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Comentários: 10 comentários
Comentários
Comentário de Pedro Cavaco
1 de Novembro de 2007, 2:38 post meridiem
Bruno, a adopção de influencias culturais e sociais externas, pode ser negativa sim, quando deturpas as tuas em função delas sem razão lógica aparente. Basicamente existem diferenças entre a aceitação e modificação danosa de todo um processo cultural e social.
Não penso que seja interessante perder-se a capacidade individual de cada país em função de modas ou ideias passageiras, a grande riqueza social e cultural do mundo deve-se precisamente à diversidade, é no mínimo idiota quando um país se rejeita à identidade que tem, em prol de uma “suposta” abertura exterior.
Comentário de Bruno Miguel
1 de Novembro de 2007, 3:33 post meridiem
Não acho que seja negativa, mas tem alguns efeitos negativos. Os parvinhos MTV são em exemplo perfeito de efeitos negativos.
Para haver a tal abertura, tem que haver equilíbrio entre o que se aceita, o que não se aceita e o que se mantém. Claro que devemos manter a nossa identidade, mas ela já foi mudada tantas vezes, ao longo de tantos séculos, que a identidade de agora não é a mesma de à 100 ou 200 anos.
Comentário de Pedro Cavaco
1 de Novembro de 2007, 7:56 post meridiem
Disses-te tudo numa palavra, equilíbrio.
Comentário de Bruno Miguel
1 de Novembro de 2007, 7:57 post meridiem
Yah. Eu sou um sábio genial. lololol
A falta de equilíbrio é uma característica muito portuguesa. Seja com a bebedeira, seja a trazer toda a porcaria de fora, temos sempre falta de equilibro ^^
Comentário de Louis Vigée-Lebrun
1 de Novembro de 2007, 7:34 ante meridiem
Desculpem-me a intromissão, mas tenho de dizer que a falta de equilíbrio é característica mundial.
Não conheço de fato a realidade portuguesa, mas me baseio na realidade de meu país, que teve mudanças culturais gigantescas devido à influência sofrida. Nossos costumes mudaram desde a forma de nos alimentarmos, até a forma de nos vestirmos e de nos comunicarmos com os nossos. Somos constantemente influenciados por países como os Estados Unidos, por exemplo, mas já fomos influenciados de maneira muito mais explícita por Portugal. Não fossem as influências portuguesas, talvez eu não estivesse agora frente a este computador, escrevendo este comentário. Talvez vivesse em uma oca no meio da mata. Talvez fosse mais feliz em minha ignorância e talvez não.
No meio de tantos “talvez” e de uma história não muito bonita (de 500 anos sob influência, embora tenhamos cortado boa parte dos laços com seu país e tenhamos “vestido a camisa” do nosso, criando nossa própria identidade, aceito de forma amigável as influências. Se tivermos nossas cabeças no lugar, não perderemos nossas identidades por conta de modinhas que vêm ou vão.
Comentário de Carlos Afonso
1 de Novembro de 2007, 12:05 ante meridiem
Quanto ao pessimismo português, há uma dúzia de anos estava num congresso em Dallas e um inglês com quem estava a falar dizia-me que não percebia porque é que os portugueses lhe pareciam tão pessimistas, bom clima, boa comida, boas praias, boa música (gostava de algumas fadistas) e mais de 800 anos de história, como nação una (tendo conseguído atravessar os filipes, as invasões francesas e até os nossos aliados mais antigos) o que queria dizer na opinião dele que algo de bom tínhamos feito. Por acaso acho que uma das coisas que fizemos relativamente bem foi adoptar o que nos é estranho para o tornar nosso (embora por vezes com excesso).
Ao longo da história adoptamos e transmitimos novos hábitos (por exemplo importamos a batata das Américas e exportamos o hábito do seu consumo pela Europa). Demos ao Japão a palavra pan (tradução fonética) (devo estar com fome pois só me vem à memória comida.)
Comentário de Lalage
1 de Novembro de 2007, 9:51 post meridiem
Não percebi porque é que deu o título de geração xenófoba ao seu post…
Comentário de Pedro Cavaco
1 de Novembro de 2007, 10:49 post meridiem
Talvez porque eu não o tenha dado… xenófila e xenófoba são palavras distintas.
Comentário de Bruno Miguel
1 de Novembro de 2007, 2:04 ante meridiem
De uma forma muito simples, xenofobia é um tipo de racismo, um sentimento anti-estrangeiros. Xenofilia é quase o oposto, adoptar tudo o que vem de fora.
Comentário de Bruno Miguel
1 de Novembro de 2007, 2:21 post meridiem
A adopção de influências culturais e sociais externas nunca foi uma coisa negativa. Oferece sempre outros pontos de vista, outras formas de fazer as coisas. Mas tem havido um pouco de exagero nesse ponto, em Portugal.