Pedro Cavaco

O Europeu de Futebol deste ano acabou para a Selecção Portuguesa.
Agora que isto estava a ficar quentinho e a fazer-nos esquecer os problemas que por ai andam, lá vamos ter que voltar para o jogo político que acontece o ano inteiro e sempre com os mesmos jogadores, ora bolas!

Para os portugueses é estranho o facto de Suíça ser amena com festejos, para os suíços é surreal tanta festa por aproximadamente 90 de jogo, que sejamos directos, em nada muda a vida de ninguém.
Agora são mais dois anos até ao próximo mundial, caso nos qualifiquemos. O que fazer? Onde havemos de ir buscar alegria e alguma espontaneidade pelo orgulho nacional?
O orgulho passará agora as noites de Verão e Inverno sozinho pendurado nas janelas, ou guardado em qualquer gaveta, ninguém tem orgulho de si, só voltaremos a ter 10 de Junho com bandeiras à farta dentro de dois anos ou talvez já em 2009 com as réstias deste ano que não são made in China.

Scolari num dos seus poucos e maiores erros, perguntava “e o burro sou eu?“, realmente não é.
Ao fim de 5 anos em Portugal, a única coisa que conseguimos ver e muito ao nosso estilo, foi um ganho imediato, a selecção ganha somos bestiais, a selecção perde, somos bestas.
Nas próximas semanas muitos inúteis deste país, estarão dispostos a crucificar ou por o dedo numa ferida que nunca irão ter, mas isso acontece a quem não batalha.
Sai de cabeça erguida, o homem que ensinou aos portugueses 2004 anos depois de Cristo, que não é feio nem mau ter orgulho naquilo que se é, que não é saloio sair com os símbolos nacionais à rua, e muito menos vibrar por estes ou quaisquer outros portugueses.

Se ao fim deste anos a única coisa sobre a qual vamos perder tempo a falar é uma taça, nesse caso, os burros somos nós e aliás isso vê-se no dia a dia.